se quiser, leia ouvindo
Para quem acha que tudo é perfeito, engana-se. Quantas
e quantas pessoas fizeram algo que você não esperava? Quero dizer, algo que
você pensava que a pessoa nem seria capaz de fazer. Assim pensava Barbara,
namorada de Justin, a típica garota mimada que tem tudo o que quer, mas que
levaria uma vida miserável se não fosse por ele. Nem diferente de Justin, que
tinha os pés no chão, e falando em fortunas, ele não possuía muitas. Mas o que
realmente interessa é que eles se amavam mesmo assim. Todo mundo criticava
aquele casal, porque de fato, eles estavam sempre brigando e depois não se
largavam de tanta melação junta. Mas dessa vez, seria A VEZ. Barbara se sentia
muito mal, pois sempre circulavam rumores de que ele havia a traído e agora foi
diferente de todas as outras: ela viu, ela testemunhou o namorando pegando
outra. Justin, não se lembrando de nada por conta da bebida e das drogas e se
achando inocente, sempre fugia para uma floresta próxima da casa deles, era o seu
esconderijo onde ele refletia sobre seus erros e problemas, e fazia coisas como
fumar maconha para descontrair. Era seu lugar. Barbara decidiu ir atrás dele
porque simplesmente sentia necessidade de estar junto, ele era tipo uma droga
para ela, daquelas que você quer experimentar e depois nunca mais larga.
Ele ia cada vez mais fundo pela rala trilha no meio de
tanto verde. Barbara se assustava um pouco com aquele lugar, mas sabia que
apesar do cara perigoso que Justin era, ele estaria ali para protegê-la se algo
acontecesse. Sim, ele a traiu, mas ela sentia a necessidade de vê-lo, saber o
que ele estava fazendo. Por isso o seguiu.
Justin não percebeu que ela estava ali, apenas chegou a
uma pequena clareira, sentou em um tronco deitado no chão e tirou algumas
coisas do bolso. Barbara se aproximou ainda sem ser vista, e viu que ele
acendia um beck. Bieber sempre a chamava para fumar, era um costume de ambos.
Sabiam que não fazia bem para a saúde, mas fazia bem para a alma, almas que
estavam sempre tensas e descontavam a tensão um no outro.
Ela se aproximou mais, até que ele ouvisse o barulho de
seus passos sobre as folhas secas e levantasse a cabeça após uma tragada. Uma
expressão confusa tomou conta de seu rosto, mas ele sabia que uma hora um ia
procurar o outro. Não demorou.
- Não vai me chamar pra fumar com você?
- Mas eu não te traí? – ele respondeu após alguns
segundos pensando na pergunta da garota, que se sentou ao seu lado no tronco.
- Traiu. Eu vi com meus próprios olhos, Justin. Você e
aquela escrota se agarrando.
- Então por que está aqui?
- Você não quer que eu esteja?
- Quero. Você sabe que eu quero. Mas por quê? Há
algumas horas você estava puta, agora está se sentando ao meu lado.
- Eu só... só não consigo ficar longe de você. – ela
disse, tirando o cigarro de sua mão e dando uma tragada, soltando a fumaça como
ele havia a ensinado.
- Você nunca muda seu jeito. - ele respondeu segundos
depois, tirando o cigarro da mão dela. - Mas eu te amo mesmo assim...
A garota suspirou pensando no que Justin tinha acabado
de falar, mas era sempre assim, ele sempre fazia merda e como ele sabia que ela
sempre ia voltar para ele, um pedido de desculpas parecia sempre o suficiente.
E ele estava certo, ela sempre voltaria para ele. Não
importa o que acontecesse. Ainda refletindo no que acabara de escutar, apenas
olhou para ele, contemplando seu rosto angelical e seus olhos mel, que pareciam
tristes. Aquele olhar transmitia uma tristeza, não de agora, mas de há muito
tempo atrás.
Justin tinha problemas em casa, mas nunca gostava de falar
nisso, mesmo que a garota tentasse, ele nunca se abriria desse jeito para ela,
nunca conseguia desabafar com ninguém, porque no fim, acabava descontando na
pessoa mesmo sem querer. Mas era nele que Barbara encontrara sua paz interior.
Ela precisava dele.
- O que está pensando? - Justin perguntou atirando o
cigarro no chão e pisando na ponta para apagá-lo, sorriu involuntariamente.
- Em como você fica sexy de gravata. - a garota disse
por fim, amenizando o clima de drama que por ali se tinha espalhado. Justin
apenas tirou a gravata já alargada e olhou para ela, malicioso.
- E como eu disse...- respirou fundo antes de agarrar a
cintura dela. - Você nunca muda seu jeito. - colou seus lábios nos dela
iniciando um beijo já esperado pela garota.
As línguas de ambos moviam-se de modo voraz. Justin
subiu a mão de sua cintura pelo seu corpo, levando a regata colada que ela
usava junto e ela subiu os braços para ajudar a retirar a peça. Ele a deitou
sobre o tronco, continuando a beijá-la e colando seus corpos. Não era nada
confortável, as costas de Barbara ralavam sobre a superfície áspera. Ela o
empurrou um pouco numa tentativa de girar seus corpos e ficar por cima, para
não sentir o atrito dolorido, mas tudo que fez foi derrubar os dois na grama.
Ele separou seus lábios, numa risada. Justin raramente ria, e saber que ela o
faz rir é uma das melhores sensações do mundo.
- O que estava tentando fazer? – ele sussurrou perto de
seus lábios.
- Tava doendo. E agora tá pinicando. – ela explicou,
dando outro impulso para girá-los. Ele riu mais uma vez e fez com que os dois
se sentassem. Desabotoou sua camisa social xadrez, tirando-a e esticando no
chão.
Puxou-a novamente pela cintura e a deitou ali, subindo
em cima de seu corpo e beijando seu pescoço.
- Melhor assim? – perguntou e a garota respondeu com um
grunhido. Voltou a beijá-la enquanto desabotoava os jeans que usava.
“Droga, ela sempre tem que usar essas calças justas.” -
pensou. Ela o ajudou movimentando as pernas e retirando a peça. Barbara passava
a mão por seu abdômen enquanto ele mesmo dava um fim em suas calças.
Justin não sabia o que tava dando nele, sua mente tava
uma confusão entre desejo e medo, e todas as sensações estavam aumentadas por
conta da droga.
Barbara não parecia notar a confusão do rapaz, tudo que
queria era senti-lo próximo novamente. Ele tentava desligar sua mente e se
concentrar em suas ações. O que conseguiu, tirando o restante das mínimas peças
que impediam o contato entre aquelas partes de seus corpos. Invadiu seu corpo
sem aviso, e toda a bagunça na mente de ambos foi substituída pelo prazer que
sentiam.
Estavam naquela clareira, no meio do nada. Seus gemidos
eram os únicos barulhos audíveis entre os movimentos. Justin continuava,
mudando o ângulo para fazê-la sentir diferentes sensações, o que dava certo, a
julgar por seus gritos de satisfação.
Ele caiu ao lado da garota, ambos ofegantes. Ela abriu
um sorriso.
- Nós estamos bem, não é? – perguntou. Justin hesitou
um pouco para responder, mas sabia que resposta deveria dar.
- Sim. – simples, porém de grande efeito em Barbara,
que esperava ansiosamente. Deu mais um sorriso, o puxando para o beijo e fechou
os olhos, caindo no sono.
Justin vestiu as roupas íntimas na menina e ficou a
observando dormir. Sabia que a calma não permaneceria muito tempo por sua
mente. Tinha tantos problemas... e nenhuma resposta.
Justin sempre se sentiu inútil, por muito que tentasse
proteger quem amava, acabava perdendo no final. Perdeu sua mãe, apenas deixando
seu pai que nem por noticias dele procurava, então Justin praticamente vivia
com seus avós, com quem seu relacionamento parecia forte, mas quando o nome do
pai era citado em sua casa, tudo mudava. Justin sempre jogava pela defensiva,
ofendendo os que o rodeavam. Não sabia como se comportar com as pessoas, não
sabia se relacionar. E sua garota era uma das únicas pessoas que o entendia.
Mesmo sabendo de menos que a metade do que se passa em sua mente.
Ele até hoje ainda se perguntava o porquê daquela
garota bagunçar a mente dele e agitar seu coração cada vez que ela o olha.
Observava cada mínimo detalhe dela, ela simplesmente se
encaixava no tipo de padrão que ele sempre desejara.
Mas, pensava que ele nunca seria bom para ela, enquanto
ela corria atrás dele, ele estava em baladas com inúmeras garotas. Enquanto ela
demonstrava para o mundo que o amava, ele apenas escondia mais o relacionamento
que tinham. Ela se humilhava na frente de todo mundo, ela chorava por ele, ela
morreria por ele, enquanto ele não ligava a mínima para ela.
Chegou à simples conclusão de que ele não merecia
alguém como ela, de jeito algum. Não podia continuar a se enganar e enganá-la.
Ele não era bom o bastante.
Ele se levantou, vestindo suas calças e encarando o
escuro da floresta. Se ele não tinha mãe, praticamente não tinha pai e seus
avós o ignoravam, não tinha uma família. Se não podia fazer Barbara feliz, não
podia ficar com ela. Justin não possuía nada que o fazia querer continuar vivo.
Nada que o prendesse nesse mundo que só o deixa confuso. Não podia continuar
aqui, com essa garota que dava tudo por ele, sem poder retribuir.
Deu um beijo na testa de Barbara e olhou-a mais um
pouco. Ele não merecia isso. Não merecia tê-la. Ela precisava de alguém que
pudesse a amar e dar um mundo por ela. Que não tivesse uma vida complicada como
a dele.
Vida complicada a qual ele queria dar um fim.
Um fim improvisado e rápido. Apesar de tudo, não
merecia sofrer mais do que já sofria a cada dia.
Decidido a acabar com essa vida miserável que ele
possuía, pegou uma corda, uma faca e a carta que
tinha em sua mochila, mochila essa que Barbara tinha oferecido a ele no
primeiro aniversário de namoro deles, que ele tem guardado e usado com cuidado
até hoje. Sorriu ao se lembrar disso e riu baixinho, ironicamente, pensando no
que poderia ter mudado na sua vida enquanto podia.
Atou a corda a uma árvore não muito longe dali, mas
longe do campo de visão de Barbara, que ainda dormia serenamente, como um anjo.
Subiu à árvore em seguida, ainda pensando no rostinho
da sua garota, pela última vez. Logo atou uma parte da corda de forma que ficasse
na medida do seu pescoço. E deixou seu corpo cair.
Esse era o fim dele, simples e doloroso.
A corda machucava seu pescoço já sem vida, fazendo um
pouco de sangue escorrer por seu tronco nu.
Na clareira, Barbara despertou com a luz do sol,
percebendo imediatamente a ausência de seu amado.
- Justin? – sem resposta. – Justin! Isso não é
engraçado. Cadê você? – novamente nada. – JUSTIN! – ela gritou mais alto.
Começou a entrar em desespero, lágrimas saiam de seus
olhos.
- Justin! – não parava de gritar seu nome enquanto
levantava e vestia a camisa social xadrez que estava por baixo de seu corpo. Viu
a mochila aberta, mas não se preocupou em olhar dentro dela. – Justin! – saiu a
sua busca até os limites da floresta.
Correu pelas bordas e adentrou um pouco, sentindo a
terra úmida em seus pés.
- Justin! Você tá aí? Justin! – a voz saía esganiçada
de sua garganta devido ao choro.
Até que chegou a uma árvore. Uma árvore com o corpo da
pessoa que ela mais amava no mundo pendurado por uma corda em seu pescoço.
- Justin! Não! Justin! Acorda! – ela chegou até o
corpo. – Não Justin! Por favor! – encostou-se ao corpo sem vida e sentiu a pele
gelada. Sabia do que se tratava. O desejo pela morte que ele possuía. Chorou.
Chorou mais do que era possível. – Por favor. – ela sussurrava contra a barriga
dele, a altura que seu rosto alcançava. – Justin, não... eu te amo. – falava,
mas sabia que de nada adiantaria. Ele estava morto. Morto. Nada que ela tenha
feito no tempo que ficaram juntos fez sua vontade de morrer passar. Barbara
fora inútil assim como Justin sentia que era inútil.
Com os movimentos limitados devido à fraqueza que seu
corpo havia adquirido, procurou algo em seu bolso. Alguma pista. Encontrou um
papel dobrado minuciosamente.
“Para Barbara” era o que havia em um dos lados. Ela
desdobrou rapidamente, revelando um texto.
"Sei o que estará pensando no momento, até consigo contar
quantas lágrimas estão caindo do seu rosto, consigo te escutar soluçando como
um bebê... sei que provavelmente você não sabe porque fiz isso, eu nunca te
contei. Minha depressão vai muito além do que uma mísera depressão, eu tenho
uma doença suicida o que, ao estar depressivo me leve à tentativa de suicídio.
Não dera certo em todas as vezes que eu tentei, mas se você está lendo essa carta,
agora foi de vez.
Nossa relação sempre teve mais baixos do que altos propriamente, não
é? Mas nem assim eu deixei de te amar, eu sempre serei seu garotinho, aquele
garoto que te conquistou com 15 anos e que estaria querendo te levar para o
altar agora com 20 anos, e daí a alguns anos.
Mas você realmente não me merecia, você era essa pessoa forte, que
sustentava nossa relação sozinha, era você que demonstrava maior parte do amor,
mas acredite, eu te amava muito mais do que aquilo que parecia. Amor é uma
palavra tão simples com um significado tão complexo, e para mim, essa palavra
me agonizava, porque nunca soube realmente o que era amar até você ser minha.
Barbara Palvin acredite, se eu pudesse tirar um pouquinho da sua dor
agora e levar comigo para o céu, eu tiraria. Mas não posso, só posso prometer
que estarei cuidando você lá de cima, do além.
Mesmo você pensando que é mentira, a verdade mais pura que já saiu
da minha boca em toda a minha vida é que eu te amo com todas minhas forças, e
não vai ser esse abismo enorme que vai nos separar, eu prometo.
Sempre que você se sentir sozinha, desolada, deprimida, sempre que
você quiser escutar minha voz só mais uma vez, liga pro meu celular.
Te amo, não importa onde esteja.
Justin."
Barbara se sentia desolada. Ficou pensando no que ele
mandou fazer se estivesse desolada. Ligar em seu celular, ouvir sua voz. “Se
ele estava morto, como eu poderia ouvir sua voz?” pensou. Pegou o aparelho
prateado que guardara no bolso da camisa de Justin que vestia e discou o número
que fazia uma foto dele aparecer na tela. Lutando com sua mão que tremia, colocou
o aparelho contra a orelha e ouviu o chamado.
“Você ligou para Justin Bieber.” Ela pensou que seria a
única frase que ouviria para o resto da vida, mas havia mais. “Eu te amo
Barbz.” Só isso. Uma simples frase que fez todo o seu mundo desabar. Deixou que
o aparelho caísse.
Não sabia o que pensar, o que fazer ou o que sentir.
Caiu na terra macia, e com esse movimento, encontrou uma faca. Uma faca com
fiapos da corda, a corda que o matara.
Não saberia viver sem a única pessoa que a trazia algum
tipo de felicidade ao seu ser. Estava diante da maior decisão que já teve que tomar,
com uma carta em uma mão e uma faca afiada na outra. Se levantou e ficou em
frente ao seu amado.
- O que eu faço Justin? Você tem noção do que acabou de
fazer? Tem? – não conseguia parar de chorar. – Você realmente acha que eu
consigo continuar vivendo nesse mundo medíocre sem ter a única força que me
mantinha viva? Você. Eu não te tenho mais. Não me resta mais nada. Não posso me
agarrar a essa vida, mas posso ir junto com você. – apontou a faca para seu
peito. – Te vejo lá em cima. – e apertou com toda a força que possuía o objeto
pontudo contra seu coração, dando um último grito e fazendo o sangue escorrer
por seu corpo.
O corpo sem vida da garota caiu sobre a terra úmida,
sem deixar de segurar a carta.
FIM
marquem o quadradinho "oi eu li" se vocês leram essa fic e nos digam no twitter o que acharam, a opinião de vocês é importante!
3 comentários:
Oi! Tava procurando algumas fics, quando achei esse site e nossa... É fantástico! Eu adorei a Nothing like us, juro que escorreram algumas lágrimas! Muito boa, adorei! Sério mesmo! <3
~Amanda Lima
Nossa que lindo, muito fofo!! Eu morreria sem ele tb haha! Enfim, perfeito! ♥
Nossa que lindo, muito fofo!! Eu morreria sem ele tb haha! Enfim, perfeito! ♥
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